Reunião promovida pela Enseada, no Centro de Referência, reúne lideranças dispostas a ajudar a comunidade
O Centro de Referência da Enseada foi palco, nesta quarta-feira (11), de um importante encontro com lideranças da comunidade quilombola de Enseada do Paraguaçu. O objetivo da reunião foi dar início às discussões em torno do plano de ação e trabalho que será desenvolvido na localidade após o carnaval.
Para Biara Costa, da equipe de Responsabilidade Social da Enseada, este é o momento para identificar pessoas que tenham interesse em contribuir com a comunidade na superação deste período de recuo da atividade naval. “As potencialidades que cada um carrega dentro de si, quando somadas, multiplicadas, tomam uma proporção inimaginável. E quando direcionadas para um determinado fim, as chances de colhermos bons frutos são enorme”, disse.
Da localidade compareceram Antônia Cristina, Edilene de Jesus, Elizabete Silva e Atanildes dos Santos, todas com histórias edificantes e imensa vontade de apoiar, como multiplicadoras, as ações que serão desenvolvidas no lugar que as viu crescer. “Se minha comunidade passa por esse momento e meus irmãos estão precisando de apoio, por que não ajudar?”, indagou Edilene, ex-freira de sobrenome marcante, que passou oito anos da sua vida reclusa no Convento Franciscana Marianas Missionárias, em Salvador.
Antônia Cristina, professora, soldadora e doceira, afirmou que sozinho ninguém chega a lugar nenhum. Segundo ela, depois que o estaleiro chegou à região, inúmeros conterrâneos passaram a ter uma expectativa real de vida. “Acreditamos na continuidade dos trabalhos da empresa; uma indústria desse tamanho não pode parar assim. Vamos ajudar no que for preciso, pois o desenvolvimento da minha comunidade depende do sucesso desse empreendimento”, assegurou.
Uma das lideranças mais experientes de Enseada do Paraguaçu, Elisabete Silva, de 74 anos, declarou ser uma entusiasta do projeto que trouxe a indústria naval para a Bahia, especialmente para seu torrão natal. “Não faltei a nenhuma audiência na fase de pré-implantação. Sempre achei que o estaleiro deveria vir pra cá. Estou agora aqui não mais para apoiar a vinda dele, mas para reafirmar a minha convicção e contribuir para a manutenção desse sonho”, ressaltou.
Rosenice Santana