MULHERES CAMINHONEIRAS: QUEBRANDO BARREIRAS

Enquanto conduz uma carreta basculante com 19,8m de comprimento e carga de até 35,5 toneladas de minério de ferro, Simone da Silva, 43 anos, diz que “se um homem pode estar atrás de um volante, a mulher também pode”, cumprindo uma média de rota diária com cerca de  450km entre Licínio de Almeida (BA) e Maragojipe (BA).

A motorista, que tem apenas um ano de profissão, é divorciada com duas filhas e um neto, pelo qual ela suspira e diz: “ele é minha vida”.

Inspirada pelo pai, um trabalhador de máquinas agrícolas, Simone viu na oportunidade atrás do volante uma chance de realizar seu sonho de criança, mesmo que o ofício a mantenha por 25 dias sem retornar para a sua casa e sua família. Segundo ela, a sua outra fonte de energia é seu namorado Jhonys, o fiel apoiador e incentivador.

Assim como ela, Glauciene Aparecida, 28 anos, solteira, também vive na estrada. Toma banho em posto de gasolina, dorme dentro do caminhão, mas ao mesmo tempo escolhe decorar sua boleia com um coelhinho cor de rosa.

Simone e Glauciene representam um universo que vem crescendo a cada dia, o de mulheres no comando de veículos pesados e que não se intimidam com a dureza da profissão e com a vida e os riscos encontrados nas estradas.

No Brasil, são cerca de 180 mil profissionais habilitadas a dirigir caminhões de carga, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). As mulheres representam apenas 0,5% do total de caminhoneiros do Brasil, segundo estimativa da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Nas rodovias, além de driblar os buracos, todas duas relatam situações de perigo e preconceito que são vencidos diariamente. Para Simone “a estrada exige atenção redobrada”. Em um universo profissional ocupado quase na sua totalidade por homens, a vida na estrada acaba revelando o machismo, enraizado nas nossas atitudes e dia a dia.

No comando do seu caminhão para seguir viagem, Glauciene diz que “toda mulher deve seguir seu coração, e nunca desistir de seus sonhos”.

As duas motoristas encontraram oportunidade de trabalho junto a D’Granel, uma das empresas responsáveis pela logística do minério de ferro que chega no TUP Enseada.

No dia do motorista, comemorado em 25 de julho, a Enseada saúda em nome delas todos os profissionais que atuam nesta área e se sente honrada em contar com mulheres corajosas realizando o transporte de minério  para o seu Terminal cotidianamente, reconhecendo nelas o poder do feminino para vencer a discriminação, o machismo estrutural e o preconceito de gênero.

 

Este informe atende à condicionante referente ao Programa de Comunicação Social da Licença de Operação Nº 19.900, de 07 de janeiro de 2020, e a Licença de Alteração Nº 20.117, de 14 de fevereiro de 2020, emitida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos hídricos – INEMA.

 

Fonte disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2021-03/mulheres-caminhoneiras-sao-05-nas-estradas-do-brasil

23/07/2021
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