ABDI e MDIC promovem encontro de fornecedores com a Enseada
“Estamos num momento muito particular de convergência da indústria para busca de fornecedores locais”. A frase da gerente de Inovação e Projetos Especiais do IEL, Fabiana Carvalho, deu o tom do workshop realizado hoje, 05 de junho, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia.
O assunto está na ordem do dia, já que 1/3 do ICMS da Bahia provém da área de petróleo e gás. “Somos totalmente dependentes desta atividade econômica, daí nosso interesse em desenvolver o setor”, disse Rafael Valverde, superintendente da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM).
Se a prioridade é desenvolver empresas pequenas e médias para serem fornecedores da cadeia de petróleo, gás e naval, o tom é de urgência, mas também de otimismo. “Esperamos que médias empresas possam se tornar grandes no setor”, frisou Vandete Cardoso Mendonça, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Indústria (ABDI).
O evento em Salvador serviu para aproximar a Enseada das doze empresas baianas selecionadas no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, incluídas aí as três baianas: Forja, fabricante de haste de bombeio, Perbras, fabricante de sondas de perfuração terrestres, e Web Nordeste, que produz manifold submarino.
A iniciativa faz parte do Plano de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais, lançado em 2013 pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O gerente de Projetos da ABDI, Miguel Nery , lembrou que além da Bahia, o workshop também acontecerá em Pernambuco, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. “O encontro de hoje é o primeiro de uma série, que tem entre seus objetivos identificar os pontos críticos para os projetos no setor”. Representantes do BNDES e do Banco do Nordeste do Brasil apresentaram fontes de financiamento para o segmento.
Enseada apresenta seus projetos e desafios
O diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Enseada, Humberto Rangel, apresentou a empresa, destacando inicialmente a questão da infraestrutura local, com a construção da ponte sobre o rio Baetantã, e a via de acesso terrestre no entorno do Estaleiro. “Com essa integração haverá uma importante mudança de fluxos, inclusive no processo de urbanização da região”.
Rangel também destacou o projeto do Governo do Estado para a construção do píer em Saubara, para facilitar o acesso dos moradores da região ao empreendimento. “Nós queremos nos basear o máximo possível em transporte marítimo e fluvial. Já estamos transportando os nossos integrantes pelo mar e queremos priorizar este meio por ser mais seguro e sustentável”.
No que se refere ao projeto das sondas de perfuração para o petróleo na camada pré-sal, ele reconheceu que a empresa optou por um desafio técnico maior por fazer com maior valor agregado. O executivo também destacou o crescimento no número de integrantes principalmente na Bahia. “O efetivo industrial é ascendente e a nossa política é a de privilegiar a mão de obra local tanto quanto for possível”.
Em seguida, a engenheira Paula Carnevale explicou as etapas de perfuração da sonda e a modelagem sincronizada em tempo real. “Quando alguém altera o projeto, a mudança aparece na hora para as demais pessoas que estão trabalhando no mesmo modelo nos Estados Unidos, na Romênia, no Brasil e no Japão. Porque uma sonda nada mais é que um navio normal com uma furadeira no meio”.
Logo depois, Francisco Oliveira apresentou a estrutura de aquisição do projeto sondas. Um dos maiores desafios é ajustar os cronogramas, por que se alguma coisa atrasar, ela impactará em outra. “Temos uma quantidade imensa de equipamentos que precisam chegar a tempo e caber num espaço bem pequeno. É como se você fosse construir uma sala, mas precisasse colocar os móveis antes de fazer as paredes por que eles não passam pela porta”.
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Paulo Botto