ENSEADA LANÇA LIVRO “EDUCAÇÃO QUILOMBOLA”

Reconhecendo a importância de valorizar e preservar as tradições quilombolas, contribuir para a promoção da igualdade racial e para a formação de uma sociedade mais justa e consciente de sua diversidade etnocultural, a ENSEADA lança o livro “Educação Quilombola”, organizado pelo antropólogo Dr. Vilson Caetano e voltado para professores da rede municipal, atendendo não somente escolas quilombolas, como também as escolas públicas da região, expandindo o conhecimento e contribuindo para inclusão e equidade étnico-racial.

Equipe de Sustentabilidade da Enseada e da Brasil com Artes juntas no lançamento do Livro em Maragojipe, BA.

Trata-se de um material dotado de pedagogia própria, que respeita a especificidade étnico-racial, cultural e a realidade das comunidades quilombolas, escrito por várias mãos: professores, lideranças comunitárias, agentes de saúde, trabalhadores rurais, marisqueiras, pescadores, artesãos, parteiras, rezadeiras, contadores de histórias, sambadores, sambadeiras e tantos homens e mulheres moradores das comunidades quilombolas que compõem os municípios de Maragojipe e Cachoeira, ambas cidades do Recôncavo Baiano.

Educação Quilombola é, assim, um trabalho que reúne uma série de experiências destas comunidades e foi concebido por meio de um diálogo e uma convivência respeitosa com os principias atores sociais que atuam nelas.

As regiões nas quais foram realizadas este trabalho aparecem descritas na historiografia como um dos locais de maior resistência negra do Recôncavo, de onde partiram várias insurreições africanas no século XIX.

A publicação, que busca contribuir para a qualidade da educação oferecida às comunidades tradicionais, representa um legado para região do Recôncavo Baiano, com vistas ao fortalecimento da identidade do povo negro e a valorização de suas histórias, saberes e tradições.

No livro, o professor irá encontrar pistas e sugestões para abordar a temática das relações étnicas-raciais, no ensino de história da África e cultura afro-brasileira em comunidades quilombolas tais como Salamina Putumuju, Tabatinga, Giral Grande, Baixão do Guaí e Guerém, Porto da Pedra, Enseada Paraguaçu, Sítio Dendê, Zumbi, Guaruçu, Quizanga, Buri, situadas na cidade de Maragojipe e Brejo do Engenho Guaíba, Caonge, Calolé, Calembá, Caibongo Velho, Dendê, Engenho da Cruz, Engenho da Ponte, Engenho da Praia, Engenho da Vitória, Engenho Novo, Imbiara, Santiago do Iguape, São Francisco do Paraguaçu e Tabuleiro da Vitória, situadas em Cachoeira.

A Lei 10.639 de 10 de janeiro de 2003 – que alterou a Lei de Diretrizes Básicas, inserindo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana no currículo da Educação Básica – e o Parecer 003/004 do Conselho Nacional de Educação – CNE e a Lei 11.645/2008 cumpriram papel significativo na luta contra o racismo e na afirmação de valores civilizatórios negro-africanos. Tais dispositivos também combatem o racismo disseminado nos livros didáticos, em conteúdos preconceituosos, estereótipos ou imagens pejorativas sobre os descendentes de africanos.

Assim, a concepção da publicação segue as orientações e ações definidas para a educação das relações étnico-raciais do Ministério de Educação, por meio por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD).

O cotidiano destas comunidades, “seus modos de vida” e “maneiras de ver o mundo” permitem-nos conceber outras formas de agir, pensar e fazer educação. Educação Quilombola foi idealizado a partir das próprias comunidades que, ao longo de suas vidas, vêm construindo suas histórias de resistência e conquista da liberdade. É, pois, a partir destas histórias, desafiados pelas novas diretrizes legais e inspirados nas práticas cotidianas das comunidades quilombolas, que pretendemos tornar possível contar outras histórias sobre os descendentes de africanos.

O Prof. Doutor Vilson Caetano, pesquisador e autor da publicação, considera que “o livro Educação Quilombola é um trabalho pioneiro produzido a partir das experiências das comunidades quilombolas de Maragojipe e Cachoeira, que muito vai ajudar na consolidação da luta contra o racismo”.

Cristina Mascarenhas e Prof. Vilson Caetano no lançamento do livro Educação Quilombola.

Para Cristina Mascarenhas, gerente de Sustentabilidade da Enseada, a empresa vem, desde a sua fundação, se empenhado em realizar ações voltadas à promoção e incentivo à preservação e valorização da cultura quilombola e, neste sentido, o livro Educação Quilombola soma às demais iniciativas com o objetivo genuíno de perpetuar a rica cultura do Recôncavo Baiano, tão repleta de saberes e fazeres ancestrais, apresentando conteúdos concretos para proporcionar aos professores uma ferramenta pedagógica diferenciada e significativa para uma atuação que favorece o processo de ensino e aprendizagem.

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Esta ação é fruto da parceria entre a equipe multidisciplinar da Brasil com Artes e a Enseada, em atendimento às condicionantes constantes nas Anuências Nº 08/2010 e Nº 15/2010 da Fundação Cultural Palmares, emitidas no âmbito do licenciamento ambiental e dos Programas de Educação Ambiental – PEA e de Comunicação Social – PCS integrantes da Licença de Operação Nº 19.900, de 07/01/2020, e as Licenças de Alteração Nº 20.117, de 14/02/2020, Nº 27.705, de 30/12/2022 e Nº 28.961, de 28/06/2023 emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA.

06/10/2023
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